Esta postagem é bem curta “Eu vou falar pra vocês Vim contar sobre a água Mas com muita sensatez Trago versos dum poema Que nos deixou num dilema E se água acabar de vez?
De verso não entendo tanto Mas gosto de me arriscar Fazendo algumas rimas Pro povo admirar Aqui trago um bom poeta E deixo a porta aberta Da cultura popular” Com meus versos tortos começo a falar de um poeta que há um tempo trouxe a problemática da água. Enquanto muitos, nesse instante, passam a se questionar sobre o consumo de água e, principalmente sobre as relações políticas envolvidas, o poeta popular João Batista Melo traz, em seu poema “A falta d’água no mundo” alguns questionamentos sobre a problemática ambiental.
O poeta nasceu em Itabaianinha, no estado de Sergipe, em 1938. Após atingir a maior idade mudou-se para diversas cidades até chegar a Niterói onde permanece até hoje. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC) e Academia de Letras da Região Oceânica de Niterói (ALRON). Expõe e vende suas obras em uma barraca que fica em uma feira no Campo de São Bento, parque popular existente na cidade, contribuindo assim para a divulgação da literatura de cordel.
O seu poema “A falta d’água no mundo” foi um dos principais focos de discussão de meu mestrado e de uma aluna que orientei a monografia de fim de curso – Samara Andrade. Assim, utilizo esse espaço para dar voz ao povo do nordeste que, em sua arte, já debate (há tempos) o que hoje seria tão falado.
Trechos do poema:
“De novo bem realista a ONU vem alertar que na África e na China a água pode faltar e conforme este argumento não tendo planejamento muita gente vai dançar
Sonho um Brasil d’água limpa e vida cheia de moral vencendo a poluição e qualquer um temporal se no mundo água faltar vamos daqui sustentar a demanda mundial
E vamos exportar água em garrafões ou barril com a marca registrada ” the água made in Brazil” pra ditadores malvados nem tendo Euros trocados não vendemos nem um til
Recuperar nossas águas é nosso grande dever e convido a juventude para lutar e vencer e se alguém quiser mais água seja China ou Nicarágua termos pra dar e vender
E não se deve estranhar se a escassez do produto, levar potência estrangeira a construir aguaduto até por baixo do mar a fim de daqui levar água mais pra seu reduto
Temos de ser otimistas em qualquer situação só queremos que alguém nos indique a direção faça um cordel bem bonito ilustrado e bem escrito e mostre a população
Pois nosso caso é dramático Não dá pra se brincar A FALTA D’ ÁGUA NO MUNDO é coisa de arrepiar se não houver uma ação até em nossa nação a água pode faltar” Direito à água é um direito humano, assim, debater sobre a problemática da água é um tema central se pensamos uma Educação em Ciências que vá ao encontro com os Direitos Humanos. Por que não fazemos isso utilizando a arte e valorizando nossos poetas populares?