O apoio do senador José Maranhão a Cássio Cunha Lima pode pôr fim ao maior racha político da Paraíba nas últimas décadas. Conhecido como “episódio do Campestre”, a separação política de Maranhão com o saudoso Ronaldo Cunha Lima, em 1998, não apenas criou adversários, mas dividiu por quase duas décadas a política estadual.
Herdeiro da divisão, Cássio disputou o poder, desde 2002, contra Maranhão e o PMDB. Entretanto, apesar das acirradas eleições, ambos nunca levaram a rivalidade para o lado pessoal. Inclusive Maranhão, que declarou semanas antes da morte de Ronaldo que tinha o poeta como adversário, mas nunca como inimigo. Declaração que condiz com a postura do peemedebista, conhecido por ser desprovido de rancor.
16 anos depois do fatídico episódio do Campestre, eis que as circunstâncias da política podem unir Cássio e Maranhão. O tucano precisa de apoios para derrotar Ricardo Coutinho, e Maranhão sente a necessidade de reposicionar o PMDB no jogo político da Paraíba.
Com a ascensão de Ricardo ao poder, o PMDB foi o partido que mais perdeu espaços no estado. A votação de Vital é uma demonstração dessa perda de protagonismo.
Porém, a derrota do governador tira o PMDB da posição coadjuvante em que se encontra, e nomes como Vital, Veneziano e Manoel Junior poderão assumir as próximas disputas eleitorais.
Também não é novidade que Maranhão não confia em RC. Vários são os exemplos, como na escolha do vice-prefeito de João Pessoa, em 2008, e na disputa eleitoral de 2010, quando Ricardo quebrou o acordo para a reeleição de Maranhão.
Diante de uma Paraíba tão conflituosa na política, bem que a união de Cássio e Maranhão poderia, finalmente, unir a classe política em torno de um projeto desenvolvimentista comum e trazer alguns anos de paz.