O presidente estadual do PSDB, ex-deputado Ruy Carneiro e o deputado estadual Anísio Maia (PT), fizeram um debate na rádio Arapuan FM, nesta quinta (12), defendendo seus pontos de vista acerca dos movimentos dos dias 13 e 15 de março. Ruy afirmou que Dilma Rousseff (PT) ludibriou a população brasileira, enquanto Anísio acusou Fernando Henrique Cardoso (PSDB) de arquivar denúncias de corrupção.
Para Ruy, o discursa da presidente durante a campanha ludibriou parte da população na eleição e agora “tenta tomar medidas para contornar a crise criada por ele próprio”.
Já Anísio rebateu tirando a legitimidade do movimento do dia 15 e afirmando que os que vão para as ruas no dia 13 querem ‘salvar a Petrobras’ e acusa do PSDB de querer “detonar” a empresa. “Não teve condições de detonar no voto e está articulando como sempre com o imperialismo norte americano.
Carneiro desdenhou do petista afirmando que é “engraçado” o PT dizer que vai participar de um movimento pela Petrobras quando “o PT e uma quadrilha de diretores que assaltaram a empresa”. Ele reclamou que o deputado culpa uma emissora de TV e lembrou que o que foi dito nos depoimentos na CPI é que a corrupção após 2003 se “institucionalizou”.
Maia defendeu apontando que o Brasil vive uma crise criada no governo de Fernando Henrique Cardoso, onde o país precisou tomar R$ 30 bilhões emprestados no Fundo Monetário Internacional (FMI), enquanto no governo do PT, o país guardou R$ 372 bilhões. Ele voltou a atacar a emissora de TV afirmando que foram sonegados R$ 600 milhões em impostos e que ela não pode falar de corrupção quando está “sentada em cima dela”.
“Essa crise nem se compara com a do tempo que o PSDB governava o Brasil. Naquela época era desemprego para valer e eles beneficiavam os grandes e os pequenos ficavam na rua da amargura”, acusa.
Anísio ainda afirmou que o PSDB é da turma do “quanto pior melhor” e afirmou que o caso da Petrobrás está confirmado, mas colocou os nomes dos tucanos, senador Cássio Cunha Lima e deputado federal Pedro Cunha Lima, como não tendo sido citados nas listas, mas, que segundo ele, teriam participação similar as de alguns que foram.
O deputado denunciou que o juiz que está a frente do caso tem um primo que é financiador de campanhas do PSDB no Paraná e estaria utilizando “dois pesos e duas medidas”.
Ruy rebateu afirmando que o deputado não pode dizer que deputado ou senador foram incluídos na lista porque receberam doações legais e não “outro tipo de doação”. “Ninguém teve acesso a esse conteúdo. Acredito que o Procurador Geral da República não teria colocado alguém na lista porque recebeu doação legal”, diz lembrando que assim como Cássio, o governador Ricardo Coutinho (PSB) também recebeu esse tipo de doação, pois ela é feita para quase todos os candidatos de todos os lados, inclusive do PSDB. E questiona a influência que um deputado do PSDB poderia exercer na Petrobras.
Manifestações dos dias 13 e 15
O deputado Anísio acusou o PSDB de manipular a movimentação do próximo dia 15 e afirmou que essa manifestação poderia ser usada para “acabar com a farra das empresas nas campanhas políticas. Tem que acabar com o financiamento privado nas eleições, é a praga do Brasil, contamina a classe política de modo geral, todos juntos. Corrupção é frequente no Brasil, mas o que enfrentou o problema foi o nosso (governo)”, afirmou e alfinetou dizendo que no governo do PSDB não aparecia porque era “engavetada”. “Fernando Henrique teve um procurador que era primo do vice presidente e durante os oito anos de não acusou nenhum político, mas tem mais de 20 inquéritos que ele sentou em cima. Se tivesse um procurador independente como tem hoje no governo Dilma…”.
Já Ruy acusou o petista de fugir do debate, mas afirmou que Anísio assumiu o roubo na Petrobras. Ele elogiou FHC pelo plano real e estabilidade econômica e até o governo Lula que manteve a estabilidade e avançou na área social, porém lembrou que foi no governo do PT que aconteceram od dois maiores escândalos da história política do Brasil, o ‘mensalão’ e agora o ‘petrolão’. O tucano ainda falou que outros escândalos devem acontecer e citou o BNDES.