( Do Jornal da Paraíba ) – Depois de 25 anos comandando a Federação Paraibana de Futebol e há um tempo afastada, a ex-presidente da FPF, Rosilene Gomes, teoricamente, está de volta à liderança da instituição. Há quem diga que ela, na prática, é quem vai dar as cartas. Ontem, o candidato gestado por Rosilene à presidência da instituição, Amadeu Rodrigues, foi eleito com 37 votos, dos 70. No início da disputa, especulou-se que a ex-presidente seria a candidata, mas parece que não pegou bem. Nem por isso, o grupo ficou acanhado e recuou da ideia, apenas mudou a estratégia. Rosilene saiu do “front” e Amadeu foi escolhido para representar a vontade da antiga comandante. A eleição da FPF, desde o início da formação das chapas, saiu das páginas de esporte e foi parar nas de política. Tudo bem que futebol e política sempre estiveram juntos, mas o enlace nesse episódio é tão grande que provocou essa espécie de confusão editorial. Alguém pode dizer que isso aconteceu porque um dos candidatos era irmão do governador Ricardo Coutinho (PSB) e é um político. Não, talvez a politização não se resume a pessoa de Coriolono Coutinho, que foi derrotado por Amadeu. Cori teve 29 votos. A política futebolista na eleição da FPF estava nas práticas. Bem parecidas com as disputas comandadas pelos partidos. Difícil, claro, provar qualquer acusação que circulou pelos meios jornalísticos e políticos. Mas essa eleição teria sido marcadapor compra de votos, esquemas de pagamento de apoio, negociatas, falsificação de assinaturas e documentos. Como disse, pode sertudo boato, mas a movimentação denuncia essas práticas e alguns indícios reforçam os “ditos por aí”. Na madrugada que antecedeu a eleição teve até “confinamento” em hotéis do Litoral Sul. Uma maneira, segundo federados, de evitar a mudança de posição derepresentantes de clubes profissionais, amadores e ligas, que tinham direito a voto. Um antídoto para a “boca de urna”. Mas por que uma disputa tão grande para ser presidente da FPF?Os números nunca foram declarados, oficialmente, mas a informação dos federados é que o comandante da instituição ganha poder, influência na CBF, um salário de mais de R$ 15 mil e uma ajudinha de custo de R$ 100 mil. Benefícios à parte, Amadeu foi eleito pelo voto dos filiados. É um avanço depois de um quarto de século de “despotismo”. Independente da relação com a ex-presidente, esperamos mais futebol, mais profissionalismo, menos conversa, menos política. Esperamos equipes mais competitivas e o fortalecimento do nosso futebol profissional, amador e dos campeonatos. Amadeu já começa com uma faca no pescoço, porque vai precisar provar que não é o novo do mesmo.
Tumulto A eleição ontem foi marcada por tumultos, acusações contra a junta governativa e ameaças de travar a disputa com ações na Justiça.
Saída Muita gente desconversou, mas não era especulação. A saída do vereador João Almeida foi cantada em verso e prosa. Ele foi substituído por Hidelvânio Macêdo, que agora é o novo secretário da Sedurb.
Técnicas Hidelvânio respondia pela Secretaria do Orçamento Participativo (OP). O vereador retorna à Câmara Municipal. O prefeito Luciano Cartaxo afirmou que as mudanças foram técnicas, não políticas. Há quem duvide.
Tarefa De qualquer maneira, Hildevânio é operacional. Anda pela cidade. Não dá para ser responsável pela “organização” das ruas e ficar dentro de um escritório. Mas tem tarefas difíceis. As calçadas do Centro, por exemplo, voltaram a ser dos camelôs.
Agricultura familiar
Aliado, neutro ou oposição, o deputado estadual Frei Anastácio (PT) não larga mão da luta. Disse que vai cobrar do estado uma política mais eficiente para agricultura familiar. Segundo ele, o governo tem de criar condições para o trabalhador produzir para se alimentar, bem como para vender a produção. De acordo com ele, são mais de 11 mil pessoas assentadas à espera de incentivos para colocar a mão na terra. Peso Parece que o cerco está se fechando para a presidente da Petrobrás, Graça Foster. Uma servidora de peso da empresa teria avisado dos esquemas de corrupção, em 2011, e nada foi feito.
Afastamento Venina da Fonseca, geóloga, tem e-mails que provam os comunicados feitos à direção da Petrobrás. Não vai demorar para as denúncias acabarem em afastamento. As revelações foram feitas pelo jornal Valor Econômico. Mudança…
O governador Ricardo Coutinho elogiando o deputado estadual Trócolli Júnior (PMDB). Por sua vez, Trócolli com um discurso brando e de apoio aos projetos do governo. Alguém duvida que o jogo virou?
…à vista O peemedebista está mais perto das posições do colega Gervásio Maia, que é governista, do que da postura de Raniery Paulino, neutro. Será O STF proibiu o governo de nomear assessores jurídicos para cargos que são de competência exclusiva dos procuradores de carreira do Estado. Será que vai cumprir? O pleno seguiu entendimento do ministro Celso de Mello.