(Do Jornal da Paraíba) – A eleição para escolha do novo presidente e da nova mesa diretora da AL/PB contribui, mais uma vez, para o fortalecimento da imagem negativa do parlamento paraibano. Pelo menos do jeito que está sendo conduzida, discutida e, provavelmente, deve acontecer. Já não bastassem as críticas de altos salários e produtividade questionável, regalias e benesses, a disputa coloca em questão o compromisso que o legislativo tem com a legalidade e a independência. Como as regras do jogo não são publicizadas, a impressão que a população tem é que a eleição é uma caixa-preta, lotada de interesses de agentes públicos, que estão dispostos a fazer qualquer coisa para ter um pedaço da melhor fatia. Estamos a menos de uma semana da escolha do presidente de um Poder, que tem um papel fundamental em nossa nova democracia, mas não sabemos, oficialmente, quais são as chapas que disputam e quem serão os representantes do parlamento. Um Poder que tem um orçamento mensal de cerca de R$ 20 milhões/mês. Ao que parece, a norma não exige a publicação de um “edital” com o anúncio das vagas que deverão ser preenchidas, com cadastramento de candidatos antecipadamente – não exige clareza. Se existe, não há interesse da maioria de tornar o pleito assim. Estamos caminhando para ver o Regimento Interno se tornar, mais uma vez, uma massa de modelar, que pode ser modificado ao sabor do vento, por maioria absoluta, sem prazos e sem regras que impeçam a instrumentalização do legislativo para favorecer pessoas e grupos. O que estamos vendo é a eleição se transformar num negócio. No qual o voto é usado como moeda de troca, a preço de ouro, em detrimento da discussão sobre o fortalecimento da instituição, com seu papel legislador e fiscalizador. É vergonhoso para muitos parlamentares vincular, inevitavelmente, seus nomes às supostas negociatas, aos acordos e, até,ao confinamento para evitar a traição de última hora. Numa eleição como essa, que deveria ser tão importante para sociedade, não vemos, nem ouvimos ninguém falar sobre as propostas de mudança, criação ou fortalecimento de leis para o desenvolvimento do estado e melhoria da nossa qualidade de vida. Não ouvimos ninguém falar em transparência na gestão dos poderes. Ao invés disso, aqui e acolá, lemos notícias e sabemos,com informações ao pé do ouvido,de esquemas para pagamento de deputados em troca de votos, troca de favores, ofertas de emprego, em troca da maioria. A população acaba nivelando por baixo e todos se melam. Enfim, sabemos que há parlamentares que não compactuam com essa obscuridade na condução do processo, nem com as supostas manobras anunciadas. O fato é que esse tipo de disputa nebulosa não começou hoje e, pelo visto, a maioria dos parlamentares não está disposta a mudar essa imagem. Talvez, porque esse céu cinzento evita que a população enxergue o que há de mais vergonhoso por trás da prática de muitos deles. O parlamento não tem uma imagem boa. Não parece disposto a mudar. Deveria.
Abraço N“Fale mal, mas fale de mim”. Foi o que disse o deputado Renato Gadelha (PSC) ao abraçar Adriano Galdino (PSB), ontem, quando se encontraram num café da manhã. Só político Semana passada os dois trocaram farpas por causa da eleição da AL. O gesto mostrou que as “alfinetadas” são no campo político.
Indefinido Nos bastidores a disputa ferve. O deputado João Henrique é o novo alvo da disputa. Parece ser voto indefinido. O grupo de Galdino conta com 21, mas ainda tem medo.
Ventila Ventila nos bastidores que não está descartado um golpe na eleição do parlamento. Acordos podem não ser cumpridos e promessas engolidas pelas circunstâncias. Últimos compromissos Esta semana, a desembargadora Fátima Bezerra cumpre os últimos compromissos no comando do TJ. Ontem, assinou o termo de contrato entre o Tribunal e o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe/UNB), para a realização de concurso para juiz substituto. Amanhã, entrega um espaço provisório do Fórum de Picuí, até a conclusão da reforma do prédio principal. Na quinta-feira,inaugura as novas instalações do Fórum “Dr. José Mariz”, em Sousa, que estava em reforma desde abril de 2014. Lapada I “Fazer concurso é fácil, difícil é contratar todos os aprovados de uma vez só”. A frase é do prefeito de JP Luciano Cartaxo, dita na nomeação dos 1.300 concursados da Educação. Lapada II “Vocês não precisaram entrar na Justiça para tomar posse. Diferentemente de outros órgãos que fazem concurso e ficam chamando a conta-gotas”! Frase de oposicionista, mas feita por um governista: deputado estadual Anísio Maia (PT).
Tarefa Assim que assumirem, os novos deputados estaduais têm uma tarefa: apreciar o projeto de lei do TJ que estabelece eleição direta. Todos os desembargadores podem concorrer. Aprovado, põe fim no sistema anterior, de rodízio. Elegeu Por unanimidade, o pleno do TRE elegeu, ontem, o desembargador João Alves como presidente da Corte para o biênio 2015/2016. Ele assumirá o mandato segunda-feira.