nov 13, 2017 Destaque, Justiça 1749
E isso é apenas parte do que eles ocultam nos debates em praça pública para impor ao Executivo seus desejos mais inconfessáveis.
Dentro de uma conta que adiciona vários cifrões às despesas com pessoal – que repercutirão ainda mais no índice de pessoal da Lei de Responsabilidade Fiscal e poderão negativar o ente Estado -, os capas pretas do TJ brincam de ilusionismo:
Encolhem uma vergonha (o auxílio moradia) e disfarçam uma novidade, igualmente indigna (o auxílio saúde).
O truque é fácil de ser compreendido:
Pressionado pela opinião pública, que nunca conseguiu entender porque o contribuinte precisa pagar aluguel de juízes, o TJ reduziu o telhado de seus nobres inquilinos – o orçamento caiu de R$ 27 milhões para R$ 8,1 milhões. Uma “economia” de R$ 18 milhões.
Se você acha que essa dinheirama evaporou, em um episódio de raro acerto hermanêutico sobre o sentido de justiça, olhe de novo (e com mais atenção) para a conta orçamentária do TJ.
Voilá!
Os R$ 18 milhões reaparecem em outro compartimento falso do TJ, de onde Joás de Brito e demais colegas planejam sacar, ao longo de 2018, mais de R$ 18,8 milhões para cobrir despesas de saúde dos seus.
É missão impossível relativizar contexto tão cruel: em um Estado onde a maioria não consegue ter acesso à saúde privada, somos convidados a bancar os planos de saúde da minoria privilegiada.
Estes são alguns dos desejos secretos – e inconfessáveis – que os capas pretas querem proteger do olhar público enquanto ameaçam a rotina financeira da Paraíba.
Os números, porém, são graúdos e escorrem de suas vestes. Esgarçadas pelo desgaste acumulado de um Judiciário que se notabilizou por esbanjar muito e produzir pouco.
De qualquer ângulo que se olhe, percebe-se que eles estão nús.
Seria por isso que planejam aumentar a distância do povo, com o fechamento de comarcas?
Os números que o TJ tenta esconder:
Valor da LOA: R$ 619.426.632,00
Nova proposta apresentada pelo TJ: R$ 637.999.272,36
Acréscimo geral: R$ 18.577.640,0 (3%)
Nova proposta apresentada pelo TJ:
1. Contratação por tempo indeterminado: R$ 1.000.000,00
– Detalhe: não tinham previsto nenhum valor inicialmente.
2. Outras despesas variáveis de pessoal: R$ 6.027.531,00.
– Detalhe: haviam apresentado despesa de R$ 726.432,00. O acréscimo: R$ 5.301.099,0
3. Despesas de exercício anterior de pessoal (Parcela Autônoma de Equivalência – PAE): R$ 12.863.751,00
– Detalhe: apresentaram inicialmente R$ 3.863.751,00. Acréscimo: R$ 9.000.000,00
4. Auxílio refeição e alimentação: R$ 41.076.402,00
– Detalhe: a previsão inicial era de R$ 36.922.480,00. Acréscimo: R$ 4.153.922,00
5. Serviços de terceiros – pessoas jurídicas: R$ 7.731.429,00.
– Detalhe: inicialmente apresentaram R$ 3.846.983,00. Acréscimo: R$ 3.884.446,00
6. Auxílio moradia: R$ 8.153.648,00.
– Detalhe: a despesa inicial totalizava R$ 27.006.406,00. Redução: R$ 18.852.758,00.
7. A novidade do auxílio saúde: R$ 18.852.758,00
Créditos: Adriana Bezerra
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