No primeiro dia de aulas na rede estadual, nesta segunda-feira (2), a escola Ary Barroso, no Parque Peruche, Zona Norte, pediu para que os pais dos alunos do ensino fundamental coloquem na mochila dos filhos uma garrafa com água para os estudantes beberem por conta da crise de abastecimento na capital.
Ao contrário do que informou a Secretaria Estadual de Educação na sexta-feira, de que não haveria qualquer cancelamento de atividades por conta da crise hídrica, nos períodos da manhã e da tarde, o colégio reduziu em 90 minutos a duração das aulas e dispensou todos os estudantes.
Ontem, o DIÁRIO ligou para 17 colégios estaduais para saber se havia problemas no abastecimento. Além do Ary Barroso, as escolas Professor Colombo de Almeida, na Casa Verde Alta, e a Daily Resende França, na Vila Ester, ambas na Zona Norte, admitiram que as torneiras estavam secas. Os outros responderam estar com o fornecimento normalizado.
Por telefone, uma funcionária da Daily Resende França disse que ligou para a Sabesp e alertou a estatal sobre a falta de água. Segundo a atendente, a companhia se comprometeu a enviar uma equipe ao colégio em até 24 horas.
O prazo vai na contramão do que promete a própria Sabesp. Segundo a empresa, um canal de comunicação direto com a Secretaria Estadual foi criado para que os colégios avisem sobre eventuais desabastecimentos, agilizando o envio de técnicos da estatal.
A funcionária da escola disse que tentou achar “o tal” canal , mas não conseguiu. O DIÁRIO esteve no colégio e constatou que o hidrômetro estava parado e não havia água na torneira.
planejamento/ Célia de Barros, de 64 anos, teve de ir buscar a sobrinha Rafaela, 8, uma hora e meia mais cedo na escola Ary Barroso. Ela reclamou da falta de planejamento. “A Sabesp e o governo tiveram as férias inteiras para solucionar o problema e, mesmo assim, já no primeiro dia o colégio dispensa os alunos porque não tem água.”