jun 12, 2015 Famosos 1166
O ator Bruno Gagliasso não está nada satisfeito com as mudanças de roteiro da novela Babilônia – e deixou isso bem claro ao ganhar numa das categorias do Prêmio Contigo!, que ocorreu nesta segunda (8). O galã desabafou (e até chorou) sobre a censura que a trama recebeu.
Babilônia é o maior fracasso da história da Rede Globo no horário das 21h, o mais nobre das telenovelas. Autores, diretor e atores afirmam que o culpado pelo problema é o público conservador brasileiro — que ficou incomodado com o beijo entre Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg e outras abordagens “pesadas” do folhetim.
Na trama, Gagliasso interpretava o cafetão da personagem de Sophie Charlotte — mas, nesta nova fase, a garota acabou se tornando a mocinha da trama, transformando o ator em personagem secundário e acabando com algumas cenas que prometiam ser interessantes.
Ao receber o troféu, Gagliasso aproveitou para falar sobre os problemas que a novela está enfrentando. Não agradeceu pela premiação, conquistada por sua atuação na minissérie Dupla Identidade. Primeiro, ele relembrou o folhetim América (2005), novela de Glória Perez em que vivia um homossexual e protagonizaria o primeiro beijo gay da dramaturgia da Globo — cortado de última hora: “Fiz uma novela chamada América e em que fiz um cara que se descobria homossexual durante a novela. Fiz essa novela com muito tesão, muito mesmo. Sou movido a isso. E nessa novela eu gravei o beijo gay no último capítulo, mas uma hora antes de a novela ir ao ar cortaram o beijo e não avisaram às pessoas do elenco. Fiquei muito triste na época. Depois vi o Mateus (Solano, o Félix de Amor à Vida) e torci tanto, sabia que era um grande passo que o Brasil ia dar, e deu“.
Depois, prosseguiu o discurso e ameaçou parar de atuar se a censura aos folhetins continuar: “E hoje, fazendo a mesma novela que a Fernanda, eu vi o beijo gay e não vi mais, isso me deixou muito triste. A gente tem que tomar muito cuidado, porque quem faz arte é movido a paixão, a tesão, a emoção e esse personagem com o qual ganhei o prêmio me motivou por isso, porque ele faz a diferença, transforma. Não vamos dar um passo para trás, estou muito triste, feliz pelo prêmio, mas triste por estar vivendo esse momento. Só vou continuar sendo ator se eu puder transformar e puder fazer, vamos bater o pé. O desabafo é esse. Tenho orgulho desse prêmio e quero continuar tendo orgulho do que eu faço, senão vou parar de fazer“. As informações são do site da Contigo.
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