jan 05, 2023 Curiosidade, Destaque 1030
Saiba se a frequência de lavagem está relacionada à queda de cabelo e como definir os cuidados capilares de acordo com seu caso
Pessoas com calvície ou queda de cabelo estão sempre em busca de estratégias para reduzir a perda capilar e uma dúvida que frequentemente surge é quanto à frequência de lavagem dos cabelos.
Há muitos mitos relacionados à saúde dos cabelos, incluindo quanto à etapa de higienização,”.
Por isso, é interessante obter informações corretas para prevenir práticas equivocadas ou infrutíferas.
Há relação entre lavar os cabelos todos os dias e queda de cabelo?
É importante esclarecer logo que não há relação entre lavar os cabelos todos os dias e quadros agravados de queda de cabelo.
A queda de 100 a 150 por dia é normal e condizente com as etapas do ciclo capilar de crescimento, repouso e queda.
O que acontece é que ao manusear os cabelos, como ao lavar ou pentear, os fios que já estavam em repouso tendem a cair, o que não significa que eles não cairiam de outra forma, mas a queda tende a se concentrar.
Dessa forma, se lavar os cabelos uma vez na semana, a tendência é, inclusive, ter uma maior percepção de queda.
Entretanto, se lavar os cabelos todos os dias ou apenas semanalmente a queda será a mesma, apenas haverá uma maior concentração de fios no dia que o manuseio do cabelo for maior.
No caso da calvície também não há relação. Ela é causada pela alopecia androgenética, uma condição hereditária, e não haverá melhora ou piora do quadro devido à lavagem diária dos fios.
Considerando que lavar os cabelos todos os dias não tem relação com piora da queda de cabelo, como definir a frequência de higienização dos fios?
Existem diferentes aspectos individuais que devem ser considerados para definir a rotina de lavagem dos cabelos, como:
● Tipo de cabelo: fios mais oleosos demandam maior frequência de lavagem pelo aspecto estético, mas também para evitar acúmulo demasiado de sebo que causa prejuízos ao couro cabeludo. Cabelos secos podem ter rotinas mais espaçadas de higienização;
● Atividades realizadas: ao suar ou nadar é sempre necessário lavar o cabelo na sequência. Assim, mesmo uma pessoa com cabelos secos que pratique exercícios físicos diariamente deve lavar o cabelo com mais frequência;
● Ter condições dermatológicas associadas, como dermatite seborreica, eczema e psoríase, o que demanda uma rotina mais consistente de higienização para prevenir o agravamento do quadro inflamatório no couro cabeludo.
Portanto, não é possível determinar exatamente a frequência ideal de lavagens, uma vez que aspectos individuais devem ser considerados.
Com base na avaliação particular, a recomendação é que cabelos mais secos, como os crespos e cacheados, e com química, tenham uma rotina de lavagem mais espaçada para evitar o ressecamento, desde que os fatores anteriores sejam considerados.
Além da frequência de lavagem, também é importante considerar a forma como os cabelos são higienizados.
Um primeiro quesito a ser ponderado é a temperatura da água. O ideal é que ela seja morna, pois a água quente remove excessivamente a oleosidade, o que pode causar efeito rebote ou ressecamento.
O xampu deve ser aplicado diretamente no couro cabeludo e massageando levemente, sem usar as unhas. Não deve ser aplicado no comprimento, sendo que apenas a espuma será suficiente para a higienização da haste.
Já o condicionador deve ser aplicado apenas na haste capilar e não no couro cabeludo e deve ser removido completamente em um enxágue abundante.
Após o banho, não se deve esfregar o cabelo na toalha, pois o atrito é prejudicial. Para secar não é um problema recorrer ao secador, mas deve-se evitar o uso de modeladores térmicos com frequência.
Há diferentes mitos sobre o cabelo, como que lavar o cabelo diariamente aumenta a queda ou que os cabelos molhados fazem o fio apodrecer.
O risco desses mitos é que eles levam muitas pessoas a uma rotina insuficiente de lavagem.
Quando o indivíduo já apresenta algum problema capilar, como dermatite, e lava o cabelo com baixa frequência, o quadro pode se agravar e, inclusive, intensificar a queda capilar.
Também não é verdade que produtos tópicos garantem a nutrição dos cabelos.
As vitaminas e nutrientes dependem do processo digestivo para serem aproveitados pelo organismo. Dessa forma, uma alimentação saudável faz mais diferença no tratamento da queda do que o uso frequente de “vitaminas capilares”.
Tais cenários mostram a importância de combater mitos relacionados à saúde capilar e buscar auxílio especializado quando necessário.
O especialista em queda de cabelo pode contribuir no tratamento quando o paciente apresenta a perda de mais de 100 fios por dia.
Nesses casos, as causas da queda de cabelo serão investigadas e podem incluir: estresse, déficit nutricional, medicamentos, alterações hormonais etc.
Apenas tratando a causa será possível restaurar a saúde capilar. No caso de pacientes com alopecia androgenética, o tratamento contínuo visa o controle da perda de cabelo.
Portanto, a lavagem diária dos fios não agrava a queda de cabelo, mas investigações são necessárias para compreender as causas do problema e definir o tratamento adequado.