nov 26, 2016 Destaque, Justiça, Política 940
No segundo dia de audiências do processo contra o ex-presidente Lula em Curitiba (PR), a defesa do petista voltou a discutir com o juiz Sérgio Moro, pediu novamente sua suspeição e levantou questionamentos sobre como foram feitas as delações da Operação Lava-Jato. As três testemunhas que depuseram nesta quarta-feira (23) são delatores ou negociam delação: o […]
No segundo dia de audiências do processo contra o ex-presidente Lula em Curitiba (PR), a defesa do petista voltou a discutir com o juiz Sérgio Moro, pediu novamente sua suspeição e levantou questionamentos sobre como foram feitas as delações da Operação Lava-Jato.
As três testemunhas que depuseram nesta quarta-feira (23) são delatores ou negociam delação: o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o ex-gerente da estatal Pedro Barusco e o ex-deputado Pedro Corrêa, cujo acordo ainda não foi homologado pela Justiça.
Em todos os depoimentos, os advogados de Lula pediram a suspeição das testemunhas, que não teriam a isenção necessária e estariam agindo em seu próprio interesse, em busca de benefícios. Os advogados também tentaram esmiuçar, nas perguntas, a forma como foram feitos os acordos. Essa tem sido uma das estratégias de defesa do ex-presidente.
Ao ex-deputado Pedro Corrêa, que era do PP e integrou a base de apoio ao governo Lula, foi perguntado como foi o contato do Ministério Público Federal, por que ele havia dado o depoimento que integra a denúncia contra Lula e de que forma ele havia ocorrido.
Os advogados perguntavam constantemente se as testemunhas “estavam atrás de benefícios”. Moro negou a suspeição, com base no compromisso assumido pelo colaborador e previsto em lei em dizer a verdade.
Bate-boca
Houve novos momentos de tensão entre os advogados de Lula e Moro, como na primeira audiência. Os advogados reclamaram do “pré-julgamento” de Moro, que indeferiu pedidos e questionamentos da defesa e chegou a negar a palavra a um dos advogados durante uma discussão.
“Vossa Excelência disse há pouco que a defesa não tinha argumentos e que estava tumultuando. Ao nosso ver, isso mais uma vez configura pré-julgamento, e por isso pedimos sua suspeição”, disse o advogado Cristiano Zanin Martins, que depois reclamou do tom de voz de Moro contra os defensores.
“É interessante, Vossa Excelência implica com as perguntas da defesa. Com o Ministério Público, tudo bem, faca quente na manteiga”, reclamou o advogado José Roberto Batochio.
Moro rebateu: “Não há argumentos processuais. A defesa coloca a questão, o juiz resolve, e a defesa quer arguir, arguir, arguir a mesma questão”. Para ele, a postura era “inadequada” e “tumultuava a audiência”.
Fonte: Folhapress
set 27, 2024
set 25, 2024
set 24, 2024
set 24, 2024