maio 19, 2016 Deputados Federais 980
Embora tenha havido avanços no reconhecimento da luta de lésbiscas, gays e transsexuais contra homofobia e por inserção social nos governos dos últimos três presidentes do país, pouco se avançou no Brasil em termos de políticas públicas voltadas a essa parcela da população, disse o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), em entrevista ao programa Espaço Público, […]
Embora tenha havido avanços no reconhecimento da luta de lésbiscas, gays e transsexuais contra homofobia e por inserção social nos governos dos últimos três presidentes do país, pouco se avançou no Brasil em termos de políticas públicas voltadas a essa parcela da população, disse o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), em entrevista ao programa Espaço Público, da TV Brasil.
Para o deputado, apesar de os governos dos presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta afastada Dilma Rousseff terem avançado na abertura do diálogo com a comunidade LGBT, essa aproximação não resultou em uma atuação efetiva.
“Efetivamente pouco se avançou em termos de políticas públicas, porque eram governos de coalizão, compostos por forças muito conservadoras”, disse Wyllys durante a entrevista, que foi ao ar na noite de ontem (17), Dia Internacional de Combate à LGBTfobia.
“Nenhuma democracia pode se considerar uma democracia se direitos de gays, lésbicas e transsexuais não forem observados e promovidos de alguma maneira, se houver discriminação jurídica, se as leis não protegrerem os direitos desses cidadãos”, afirmou o deputado.
Para Wyllys, que foi um dos mais ferrenhos opositores ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o governo do presidente interino Michel Temer tampouco sinaliza progressos em relação ao tema da diversidade sexual.
Ele citou como exemplo o fato de o atual ministro da Saúde, Ricardo Barros, há poucos dias no cargo, ter se reunido com a psicóloga Marisa Lobo, que defende que homossexuais recebam tratamento para se “curar”.
Na avaliação de Wyllys, “o atual governo é contrário à agenda da diversidade sexual, não tem apreço por essa agenda e as figuras contrárias à agenda LGBT se encontram empoderadas agora”.
Comunicação
Wyllys disse acreditar que os partidos de esquerda no Brasil precisam dialogar mais para que não voltem a sofrer reveses como os observados nos últimos tempos. Ele criticou o que chamou de “política de conciliação” do PT com esferas mais conservadoras da sociedade, o que, segundo o deputado, teria sido desvantajoso ao campo progressista. Como exemplo, o deputado citou a democratização da comunicação.
“O PT não tocou uma agenda que é cara para nós que é a agenda da democratização da comunicação e da informação. O PT continuou colocando, através de anúncios publicitários das estatais e de isenções, colocando muita grana nessa mída. E essa mídia não agiu com isenção, com a honestidade intelectual que se espera de uma mídia democrática de verdade.”
Fonte: UOL