CMJP comemora Dia Nacional da Pessoa Idosa

out 01, 2025 Vereadores 17

A sessão especial foi proposta pelo vereador Edmilson Soares (PSB) e secretariada por Eliza Virgínia (PP)

CMJP comemora Dia Nacional da Pessoa Idosa

A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou sessão especial em comemoração ao Dia Nacional da Pessoa Idosa, celebrado nesta quarta-feira (1º). A propositura foi do vereador Edmilson Soares (PSB), com o objetivo de promover a reflexão e a valorização da pessoa idosa. O Coral da CMJP, sob a regência da maestrina Socorro Estrela, cantou o Hino Nacional e alegrou a sessão com canções populares.

Edmílson Soares ressaltou que ele e a vereadora Eliza Virgínia são defensores da causa do idoso e agradeceu a Deus e aos presentes pela realização da sessão. “Vamos comemorar o Dia do Idoso, um dia muito importante, e todos nós estamos muito felizes, porque feliz é aquele que alcança a maior idade e está aqui presente. Isso é motivo de agradecimento, em primeiro lugar a Deus, porque estamos vivos e respirando. Se às vezes estamos aqui e acolá doentes, faz parte da vida” refletiu. Esse é um momento de muita reflexão e agradecimento”, discursou.

A vereadora Eliza Virgínia afirmou que está trabalhando na elaboração de um projeto de lei para a criação de um Centro de Convivência da Pessoa Idosa em João Pessoa, um local destinado à promoção da defesa da pessoa idosa e que tem como objetivo contribuir para o processo de envelhecimento saudável e autônomo, da convivência familiar e comunitária. “É uma creche da pessoa idosa, um local onde os filhos possam deixar seus pais, avós, para passar o dia e fazer fisioterapia, zumba, hidroginástica, musculação”, explicou a parlamentar, salientando que está no processo de elaboração do projeto, que nasceu com o objetivo de evitar que a pessoa idosa fique em casa sozinha e acabe depressiva.

A representante do Ministério Público Anita Rocha destacou que a tendência da pessoa idosa é se recolher e, consequentemente, entrar em um processo depressivo ao chegar na terceira idade e não se sentir mais produtiva. “Mas, muito pelo contrário. Na terceira idade se está pronto para uma nova fase, se pode continuar participando de tudo na sociedade, do mercado de trabalho a ações sociais. Nossa população está ficando idosa, são mais de 30 milhões de pessoas idosas. Precisamos cuidar dessa população idosa com políticas públicas sólidas, que propiciem dignidade, proteção e qualidade de vida” asseverou. Ela ainda solicitou a implantação de um Centro de Longa Permanência voltado para a pessoa idosa, onde ela possa desenvolver atividades sem abandonar o ambiente familiar onde reside.

A presidente do Conselho Municipal da Pessoa, Angelica Costa, destacou que “João Pessoa é uma cidade que promove o mais viver”. “É muito importante estarmos aqui, hoje, comemorando o Dia do Idoso, que já representa mais de 14% da população. Exalto o trabalho dos grupos de convivência, onde eles desenvolvem atividades, socializam e saem da solidão e do abandono”, afirmou.

Ela solicitou aos parlamentares a implantação de grupos de convivência do poder público e da iniciativa privada em cada bairro. “Também precisamos do Hospital da Pessoa Idosa. Já tem um para cachorro, então, precisamos de um para a pessoa idosa, com respeito e atenção a essas pessoas, com geriatras, psicólogos e atendimento multissetorial”, sugeriu.

“A maior conquista de um povo é o envelhecimento da população”, enfatizou o delegado titular da Delegacia Especializada de Atendimento ao Idoso (DEATI), Francisco Marinho. Ele ressaltou que a sociedade precisa garantir o direito à vida, à dignidade e ao bem-estar da pessoa idosa. Francisco Marinho salientou que a maior parte das violações dos direitos das pessoas idosas acontece dentro do seio familiar. “Isso é gravíssimo”, avaliou. Sobre o Estatuto do Idoso, ele destacou que é preciso mais efetividade às normas e ao entendimento de que a pessoa idosa é sujeita de direitos e que sua participação social deve ser estimulada.

A presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (CEDDPI), a delegada aposentada da Polícia Civil, Vera Lúcia Soares, destacou que este é um dia de reflexão, de valorizar trajetórias e de olhar com responsabilidade para o envelhecimento da população. “Envelhecer não pode ser sinônimo de abandono, de invisibilidade, de violência ou de preconceito. Envelhecer deve ser com acesso à saúde, à cultura, ao convívio social, à proteção e à participação ativa nas decisões que afetam a vida da pessoa idosa. Este é o momento em que o Brasil envelhece mais rapidamente, e isso exige políticas públicas efetivas, planejamento, investimento e, sobretudo, vontade política”, afirmou Vera Lúcia, convocando todos a trabalharem juntos e de forma contínua pelos direitos dos que cuidaram e agora merecem ser cuidados.

Do Comitê de Atenção às Pessoas Idosas do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), a juíza Silmary Vita parabenizou os vereadores Edmilson Soares e Eliza Virgínia: “Porque a gente vê que só se constrói efetividade de direitos através da união de forças. Se nós estivermos juntos, com essa alegria e energia que estamos vendo aqui, faremos com que seja possível sonhar com a garantia desses direitos”. Ela revelou a pretensão de implementar, em 2026, o Fórum Permanente de Atenção às Políticas para a Pessoa Idosa na Paraíba. “Expresso aqui o interesse do Tribunal de Justiça em continuar desenvolvendo ferramentas para agilizar o julgamento das pessoas idosas, exigindo que seja cumprida a prioridade. Juntos, vamos conseguir resultados muito mais positivos. Que este dia seja apenas o pontapé de sensibilização para que esses direitos sejam realmente efetivados”, declarou.

Representando o setor da saúde, o cardiologista Ítalo Kumamoto, ressaltou: “É importante cuidar de quem já tem vida ativa, sim, mas também precisamos cuidar daquelas pessoas que têm sequelas por um AVC, por insuficiência cardíaca, por diabetes. Fico horrorizado quando entro num hospital, em João Pessoa, e vejo 15 pessoas na fila para amputação. Estamos no século 21, temos tratamento, mas isso tem que chegar na ponta, tem que chegar para as pessoas que precisam”. Ele também destacou a responsabilidade que a sociedade e os poderes têm de assumir políticas públicas reais, que deem conta dos desafios futuros.

A ex-vereadora Helena Holanda chamou atenção para o cumprimento das regulamentações já existentes para as pessoas idosas: “É necessário lutar por esses direitos. Digam que têm direitos. Briguem pelos seus direitos”. Para ela, a alegria é fundamental: “Momentos de felicidade, é isso o que faz a gente viver de verdade. Somos felizes porque a vida continua. Vivam!”.

A assistente social Gilberlânia Dantas destacou o trabalho realizado na Associação Jean Piaget com o projeto Cuidar, no bairro do Cristo Redentor. “Começamos atendendo 30 mulheres, hoje temos 135, todas idosas. Temos uma equipe multidisciplinar, de profissionais qualificados, oferecendo serviços de hidroginástica, psicologia, nutrição, enfermagem, fisioterapia, assistência social, com o objetivo de potencializar a valorização da terceira idade com essas mulheres”, explicou Gilberlânia, salientando que Eliza Virgínia é madrinha do projeto, desenvolvido há cinco anos.

O Capelão Lúcio enfatizou a importância da fé: “A vida não termina aqui. Sem fé, é impossível agradar a Deus. Deus nos chama a exercermos também a fé e não somente vivermos aqui”.

A Presidente do Instituto Paraibano de Envelhecimento da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Antônia Lêda Oliveira Silva, refletiu: “É um momento para se trazer coisas novas para se ter um envelhecimento melhor. Trouxe algumas reflexões rápidas e breves, sobre saúde e envelhecimento. A Unesco tem evidenciado muito as múltiplas velhices. Não há só uma velhice, cada um de nós tem uma velhice específica. A múltipla velhice nos traz tanto desafios, como perspectivas de um envelhecimento multicultural e democrático. Esse envelhecimento multicultural tem uma urgência pela equidade, que seria uma igualdade para todos nós sem discriminação”, explicou.

Ela fez uma explanação sobre o envelhecimento no âmbito das universidades públicas, com ênfase no Instituto Paraibano do Envelhecimento (IPE), destacando que ele é o único na América Latina. “Lá temos ensino, pesquisa e extensão com atividades voltadas para as pessoas idosas. Lá temos mais de 2 mil pessoas idosas cadastradas. Hoje não se diz mais idoso ou velho, se diz pessoas idosas, porque somos pessoas. Vamos viver com saúde em nossas múltiplas velhices”, ensejou.

No final da solenidade, foram entregues certificados de reconhecimento pelos relevantes serviços prestados à comunidade em prol da pessoa idosa. Os homenageados foram o médico Ítalo Kumamoto; a professora Shilon Gama; a promotora Anita Rocha; a presidente do conselho estadual Vera Lúcia Rodrigues; a conselheira Ana Maria, representando todos os Conselhos da Pessoa Idosa; a juíza Silmari Vita; o delegado Francisco Marinho; Rafael Holanda; o vereador Edmilson Soares; Sérgio Lima Lucena; e a conselheira Angélica Costa.