out 30, 2015 Destaque, Política 2283
BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e a mulher Cláudia Cruz tentaram impedir a transferência do dinheiro e das provas sobre as contas secretas deles da Suíça para o Brasil e, com isso, dificultar o andamento das investigações sobre o mesmo assunto no Brasil. Por meio de advogados, os dois entraram com […]
BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e a mulher Cláudia Cruz tentaram impedir a transferência do dinheiro e das provas sobre as contas secretas deles da Suíça para o Brasil e, com isso, dificultar o andamento das investigações sobre o mesmo assunto no Brasil. Por meio de advogados, os dois entraram com um recurso na Câmera de Apelação Criminal do Tribunal Federal da Suíça para travar o repasse dos documentos do Ministério Público suíço para a Procuradoria-Geral da República no Brasil, segundo disse ao GLOBO uma fonte que conhece o caso de perto.
Cunha disse em depoimento à CPI da Petrobras em 12 de março que não tinha contas bancárias no exterior. A tentativa do presidente da Câmara e da mulher dele de barrar a investigação no Brasil a partir de um recurso no exterior não produziu o resultado esperado. Até o momento, o pedido não foi julgado. São remotas também as chances de que o deputado e a mulher tenham sucesso. As leis suíças vedam a estrangeiros expedientes específicos para bloquear remessas de documentos relacionados a investigações criminais de âmbito internacional a outros países.
A Suíça, aliás, já mandou os documentos para a Procuradoria-Geral e a expectativa é que faça o mesmo em relação ao dinheiro bloqueado em duas das quatro contas de Cunha e da mulher. Ao todo, foram bloqueados 1,3 milhão de francos suíços, o equivalente a quase R$ 10 milhões. Os documentos deram origem a um segundo inquérito contra Cunha no Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
A mulher e a filha, Danielle Cunha, também são alvos da investigação. Pelo relatório do Ministério Público suíço Cunha e a mulher têm quatro contas secretas no Julius Baer, banco exclusivo para clientes com altos rendimentos mensais. O deputado usou até passaporte diplomático para abrir as contas, que estão vinculadas a off-shores com sede em paraísos fiscais. Uma das contas era exclusiva para cobrir gastos com cartões de crédito internacional de Cláudia Cruz e Danielle.
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