maio 09, 2015 Geral 2147
Prova da nova trama contra a construção do Shopping Pátio Intermares Registre-se, sem medo de errar, que algumas coisas só ocorrem na Paraíba. Coisas ruins, quase sempre. É o que está novamente ocorrendo com o projeto de construção do Shopping Pátio Intermares, em Cabedelo, um empreendimento de mais de R$ 200 milhões do Grupo Marquise. […]
Prova da nova trama contra a construção do Shopping Pátio Intermares
Registre-se, sem medo de errar, que algumas coisas só ocorrem na Paraíba. Coisas ruins, quase sempre. É o que está novamente ocorrendo com o projeto de construção do Shopping Pátio Intermares, em Cabedelo, um empreendimento de mais de R$ 200 milhões do Grupo Marquise.
De repente, quando a empresa anuncia o início das obras para o mês de junho, eis que o Tribunal de Contas do Estado, através de decisão cautelar do conselheiro Fernando Catão, suspende as licenças concedidas para o empreendimento pela Sudema.
Fora de rota
Surpresa das surpresas: o Tribunal de Contas nunca analisou um procedimento da Sudema. É a primeira vez. No geral, o entendimento é que foge legitimidade ao TCE para tal.
Difícil de entender
Arregalem-se os olhos: como o TCE sem nenhum um técnico especialista em meio ambiente vai analisar documentos e decisões de profissionais altamente especializados em questões ambientais? Fim dos tempos: é a roda grande rodando dentro da pequena.
Intrusos
Mas como o TCE ou o conselheiro Fernando Catão se meteram nessa história do Shopping Pátio Intermares?
Pasmem: analisando uma representação de uma tal de APAM – Associação de Proteção Ambiental -, que tem sede em Campina Grande, e da qual nunca se ouviu falar no Estado, especialmente em João Pessoa.
Endereço roubado
Sobre essa organização, a verdadeira APAN – Associação Paraibana dos Amigos da Natureza -, com sede em João Pessoa, denunciou que a mesma teria usado seu endereço antigo na Capital para remeter denúncia ao Instituto ICMBio (antigo Ibama), exatamente contra o Shopping Pátio Intermares.
A denúncia foi formulada por Antônio Almeida, presidente da APAN e ex-secretário do Meio Ambiente de João Pessoa, e Paula Frassinete, vice-presidente da entidade pessoense e ex-vereadora.
Por que a APAM de Campina Grande quis fazer se passar pela APAN de João Pessoa? Não seria uma fraude? Falsidade ideológica?
Jogo duplo
Outra denúncia grave sobre a APAM de Campina Grande e sua representação contra a construção do Shopping Pátio Intermares partiu do promotor de Cabedelo, Rogégio Lucas.
Segundo o promotor, o advogado que assina a representação da APAM seria também advogado do empresário Roberto Santiago, dono de shoppings na Capital e notório adversário do empreendimento do Grupo Marquise.
Telefonema errado
Existe uma evidente trama contra a construção do Shopping Pátio Intermares nesta representação da APAM de Campina Grande junto ao TCE.
Telefonamos na tarde desta quarta-feira (06) para o professor Roberto Almeida, idealizador da APAM de Campina Grande e seu atual Secretário Geral. Questionamos por que uma organização de Campina Grande vinha se meter em Cabedelo? Perguntamos por que com tantos empreendimentos potencialmente causadores de impacto no meio ambiente a APAN tinha pinçado exatamente o Shopping Intermares? Perguntamos se eles tinham outras ações na região de Cabedelo contra empreendimento tipo Alamoana, etc?
O professor Rogério Almeida disse que a representação movida fazia parte dos objetivos da APAM, que tinha recebido denúncias em relação ao Shopping Pátio Intermares e que sua organização tinha ações contra outros empreendimentos, sem, no entanto, precisar quais.
Estarreça-se: cerca de 10 minutos depois nosso telefone toca. Do outro lado da linha, um homem parecendo eufórico, antes de ouvir o primeiro alô, faz mais ou menos o seguinte pronunciamento: \”O negócio tá esquentando, tá ficando quente. Sabe quem acabou de me ligar? O jornalista Josival Pereira, da TV Tambaú, babão da Marquise. Parece que o povo da Marquise tá doido. Esquentou de vez\”.
Como não estava falando nada, o homem do outro lado da linha, cuja voz era muito parecida com a do professor Roberto Almeida, faz uma pausa e pergunta: \”Com quem estou falando?\” Sem saída, respondi: \”Continua, vai\”. Aí, o homem desligou imediatamente.
Depois disso, tentamos de todas as formas novamente falar com o professor Roberto Almeida. Seus telefones davam sempre sinal de ocupado e chamava até cair. Sumiu.
Não restam dúvidas: esse telefonema eufórico é a prova de que existe uma sórdida trama contra o Shopping Intermares.
Estranhas ligações
O professor Roberto Almeida, secretário geral da APAM, foi Secretário do Meio Ambiente em Campina Grande na última gestão de Cássio Cunha Lima como prefeito. Era colega de secretariado de Fernando Catão, tio de Cássio, que julga agora no TCE uma inusitada representação contra a Sudema de uma organização que não tem nenhuma tradição neste tipo de ação e não tem nada a ver com Cabedelo ou a Grande João Pessoa.
Por pura coincidência, a penúltima ação contra o Shopping Pátio Intermares tinha sido do vereador Arthur Cunha Lima Filho, em Cabedelo.
Pode não significar nada, mas são muito estranhas todas essas ligações e laços.
por Josival Pereira