abr 29, 2016 João Pessoa, Polícia 1876
“A gente estava intrigado, mas não era motivo para ter matado ela. Na verdade não tem motivo nenhum para ninguém matar ninguém”. Cassiano Gonçalo Patrício, de 19 anos, em entrevista à TV Cabo Branco, afirmou que estava arrependido de ter matado e enterrado a sogra, Maria do Socorro Gomes Freitas, de 47 anos. O corpo […]
“A gente estava intrigado, mas não era motivo para ter matado ela. Na verdade não tem motivo nenhum para ninguém matar ninguém”. Cassiano Gonçalo Patrício, de 19 anos, em entrevista à TV Cabo Branco, afirmou que estava arrependido de ter matado e enterrado a sogra, Maria do Socorro Gomes Freitas, de 47 anos. O corpo da sogra dele foi enterrado na despensa da casa onde moravam, no bairro Jardim Cidade Universitária, em João Pessoa.
Na Central de Polícia, onde foi encaminhado após ser preso no bairro dos Bancários, o jovem voltou a assumir a autoria do crime. No momento da prisão, o jovem confessou que tinha matado e enterrado a própria sogra dentro da casa em que moravam. No mesmo dia, um tio do jovem também foi preso suspeito de ter participado do crime. Segundo a polícia, ele teria ajudado a cavar o buraco onde Maria do Socorro Gomes Freitas foi enterrada. O corpo foi encontrado na madrugada do domingo, após escavações feitas pelo Corpo de Bombeiros. A vítima estava desaparecida desde o dia 17 de abril.
Tio e sobrinho estão presos na Central de Polícia, em João Pessoa, e o jovem deve ser ouvido em uma audiência de custódia nesta segunda-feira (25). Segundo a polícia, ele não tem antecedentes criminais. A filha da vítima, companheira do suspeito, foi ouvida e liberada e o corpo da mulher foi enterrado na cidade de Condado, no Sertão, onde mora a família dela.
O crime aconteceu na rua Doutor Ernani Borba, no bairro Jardim Cidade Universitária, no dia 17, mas o corpo da vítima só foi encontrado na madrugada do domingo, uma semana depois. Segundo a polícia, o genro confessou a autoria do crime e disse que pretendia ficar com os bens da vítima
A irmã de Maria do Socorro, Francisca Gomes Freitas, contou, em entrevista à TV Cabo Branco que a filha dela e o genro estariam roubando dinheiro da vítima. “Eu entreguei R$ 1.400 pra ela no dia 14 deste mês. Quando cheguei no portão ela mandou eu ficar calada e que não entreasse o dinheiro. Enrolei numa sacola preta e ela colocou dentro da calcinha, por conta da filha e do genro que estavam roubando dinheiro dela. No depoimento, essa noite ele não disse? Que matou ela por conta dessa casa, porque queria a metade da filha?”, disse Francisca.
Fátima Maria Carvalho era amiga da vítima e acredita que o crime pode ter acontecido por motivos financeiros. “Ela [Maria do Socorro] tinha vendido um restaurante. Vendeu e a menina estava pagando a ela parcelado, acho que ele não acreditava. Só pode ter feito isso por dinheiro. Ele não queria trabalhar, o negócio dele era viver dentro de casa depois que conheceu a filha dela. Ela ainda fez de tudo para a filha levar o restaurante pra frente com ele, mas ela não quis”, explicou.
Segundo o delegado da Polícia Civil Wagner Dorta, em seu depoimento o jovem disse que no domingo asfixiou a sogra com um golpe chamado “mata-leão”, colocou um saco na cabeça dela e amarrou as mãos pra trás. O corpo foi escondido para que na segunda-feira ele chamasse o tio pra cavar um buraco. Ele contou à polícia que alegou para o tio que o buraco seria para instalar um aparelho de ar-condicionado. A polícia vai investigar se o tio do suspeito sabia do crime. O corpo só teria sido enterrado na despensa na terça-feira (19).
Investigação
Ainda segundo Dorta, a vítima estava desaparecida desde o dia 17 de abril e após uma semana de investigação, policiais do serviço de inteligência receberam uma denúncia anônima de que a vítima estava enterrada dentro da própria casa. A mulher foi encontrada na despensa da residência.
“Depois dessa informação nós chamamos a filha da vítima e fomos até a casa. Durante uma varredura, um dos policiais desconfiou da cerâmica que revestia o piso da despensa, pois estava trocada e havia terra na casa do cachorro. Os policiais tiraram a cerâmica e depois que o corpo foi encontrado, ligaram a Delegacia de Homicídios”, disse o delegado.
Minutos após o encontro do cadáver, o suspeito foi preso em um bar próximo a um shopping, no bairro Bancários, e assumiu a autoria. “O suspeito conta que matou a vítima com as próprias mãos e que a intenção dele era ficar com o patrimônio da sogra”, disse Wagner Dorta.
O ex-marido da vítima disse que ficou sabendo do desaparecimento da mulher na quarta-feira (20), após tentar falar com ela por telefone durante dois dias e não conseguir. “Eu tinha viajado para Fortaleza, no Ceará, e na segunda-feira liguei pra ela, mas ninguém atendeu. Liguei na terça-feira e ninguém atendeu. Quando foi na quarta-feira eu liguei para minha cunhada e pedi pra ela ir na casa. Ela chegou lá e disse que achou estranho, pois não havia ninguém em casa e todas as luzes estavam acesas. Foi quando chamei um chaveiro e acionei a polícia”, disse ele.
O ex-marido da vítima conta que chegou a procurar a mulher dentro de casa e passou pela despensa, mas não percebeu a diferença no piso. “O chaveiro ainda achou estranho o piso estar molhado, mas pensamos que foi por causa da chuva”, frisou o ex-marido da vítima.
Uma vizinha da vítima disse que o genro morava na mesma casa dela havia pouco tempo, mas que a relação entre eles era marcada por conflitos. “Recentemente ela estava morando com a filha, o genro e um neto bebê. Com a filha ela tentava manter uma relação boa, mas, de um tempo pra cá, quando o genro veio morar junto, eles começaram a se desentender. Ela exigia que ele trabalhasse para sustentar a filha dela, mas ele não queria”, disse a amiga da família.
http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2016/04/jovem-que-matou-e-enterrou-sogra-estava-intrigado-dela-e-se-arrepende.html
Fonte: G1
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