jun 25, 2015 Política 1481
O então presidente Lula e seu colega argentino Nestor Kirchner fizeram “uma intervenção decidida” para ajudar a empreiteira Odebrecht a se associar a uma firma argentina com vistas à construção de uma hidrelétrica no Equador. A informação consta em telegramas de embaixadas brasileiras e do Itamaraty entre 2003 e 2010, material que expõe a […]
O então presidente Lula e seu colega argentino Nestor Kirchner fizeram “uma intervenção decidida” para ajudar a empreiteira Odebrecht a se associar a uma firma argentina com vistas à construção de uma hidrelétrica no Equador. A informação consta em telegramas de embaixadas brasileiras e do Itamaraty entre 2003 e 2010, material que expõe a ação do governo brasileiro em benefício de empresas brasileiras como forma de ampliar a influência do país.
São 2.136 páginas de telegramas reservados que foram reclassificados e divulgados nesta terça (16), após requerimento da revista “Época”. Em 2005, o embaixador brasileiro em Quito (Equador), Sergio Augusto Sobrinho, comemorou a ação de Lula e Kirchner em prol de uma demanda da Odebrecht, que procurava se associar à empresa argentina IMPSA.
Ele escreveu ao então chanceler Celso Amorim: “Estou seguro de que a flexibilização na postura da IMPSA e a aceitação, por parte da empresa argentina, da proposta de texto elaborado pela Odebrecht não teriam sido possíveis sem a intervenção decidida de Vossa Excelência e dos presidentes Lula e Kirchner”.
Sem a concordância da IMPSA, a Odebrecht não conseguiria assinar um memorando que lhe permitiria participar da concorrência da hidrelétrica de Toachi-Pilatón, obra com custo total estimado em US$ 452 milhões. Em 2007, mostram telegramas, a Odebrecht conquistou o contrato. Mas no ano seguinte, após divergir do governo local, deixou o país.
Da Folha de .Paulo – Aguirre Talento, Gabriel Mascarenhas e Ruben Valente
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