set 16, 2016 Destaque, Jornalismo 1132
Não ficou sem resposta a declaração de Eduardo Cunha responsabilizando a Globo por sua cassação. Minutos depois de perder o mandato, no final da noite de segunda-feira (12), o peemedebista disse em entrevista coletiva: “As Organizações Globo fizeram uma campanha de perseguição aos deputados para estarem presentes, como fazem uma campanha todos os dias. […]
Não ficou sem resposta a declaração de Eduardo Cunha responsabilizando a Globo por sua cassação. Minutos depois de perder o mandato, no final da noite de segunda-feira (12), o peemedebista disse em entrevista coletiva: “As Organizações Globo fizeram uma campanha de perseguição aos deputados para estarem presentes, como fazem uma campanha todos os dias. Então, é muito difícil você aguentar como eu aguentei, um ano inteiro com a TV Globo de campanha, como fez. Então eu diria para você que é um conjunto político do processo de vingança da conjuntura”.
Em outro momento, Cunha foi ainda mais explícito na crítica à emissora: “O governo de uma certa forma aderiu à agenda da minha cassação. Governo e Globo. Governo e Globo, né? O binômio governo e Globo associado ao PT. Engraçado, mas é”.
Na edição de ontem do Jornal Nacional, o âncora e editor-chefe William Bonner demonstrou um misto de irritação e desprezo ao ler uma nota em resposta ao ex-parlamentar.
“A Globo não se sente atingida pela acusação do deputado cassado Eduardo Cunha. Frequentemente, a queixa é repetida por políticos de diferentes cores ideológicas, ao se verem em dificuldades motivadas por atos próprios ou de seus partidos. Como em casos semelhantes, a Globo cobriu os fatos com correção e isenção, de acordo com a gravidade e a relevância que exigiram. E assim continuará a agir, em cumprimento aos princípios jornalísticos e em respeito aos seus telespectadores, em respeito aos cidadãos brasileiros.”
A rixa de Eduardo Cunha com a Globo vem de muito antes da Operação Lava Jato. Ele já gerava manchetes negativas na emissora no ano 2000. Sua própria mulher, Claudia Cruz, então apresentadora do RJTV, noticiou a demissão de Cunha da Companhia Estadual de Habitação por suspeita de fraudes em licitações.
No ano seguinte, a jornalista não teve o contrato renovado. Entrou com um processo trabalhista contra o canal. A batalha jurídica foi concluída em 2010. Um acordo rendeu uma indenização milionária a Claudia Cruz – o valor teria sido de 3,5 milhões de reais.
Esse processo fez a âncora ser excluída dos registros públicos da emissora. Ela não aparece no projeto Memória Globo, que conta a história do canal e seus funcionários, e não foi citada nas comemorações dos 50 anos da TV líder em audiência no país.
“Ser apagada da história é muito ruim. Sumi na poeira como castigo por ter acionado a empresa na justiça, por ter sido injustiçada”, protestou Claudia Cruz em post no Facebook.
Apesar da mágoa, a ex-apresentadora mantém amizade com vários globais. Inclusive nas redes sociais. Aos amigos, Claudia Cruz afirma não ter desistido de voltar a trabalhar em TV. Nem que seja alugando um horário para exibir um programa independente.
Créditos: TERRA
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