nov 12, 2025 João Pessoa, Vereadores 12
Audiência Pública para debater o novo sistema de estacionamento rotativo da Capital ocorreu na manhã desta quarta-feira (12)

Em audiência pública que discutiu o sistema oficial de cobrança pelo estacionamento rotativo público da Capital, o Zona Azul Digital, a Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) ouviu o relato de lojistas, taxistas e motoboys sobre os resultados efetivos. A implantação do sistema ocorreu em setembro deste ano. O debate sobre o novo sistema foi realizado na manhã desta quarta-feira (12).
O presidente da Câmara de Diretores Lojistas (CDL), Nivaldo Vilar, ressaltou que a CDL é uma defensora da Zona Azul. “A Zona Azul já existiu e, em 2017, foi travada devido à judicialização de uma nova licitação para renovar o contrato. Desde então, essa paralisação da Zona Azul gerou problemas sérios de estacionamento e outros gargalos no centro da cidade. Isso vem deteriorando o Centro de João Pessoa, não tínhamos estacionamento para nossos consumidores. Estou aqui há 50 anos, tenho loja aqui no Centro e defendo que a Zona Azul é necessária para nossos consumidores, que não têm onde estacionar. Defendo nossos lojistas”, ressaltou.
Ele, então, apresentou alguns pontos importantes, como a possibilidade de se usar as áreas periféricas com preços mais baratos; a disponibilização de mais agentes, tendo em vista que, segundo ele, a população não sabe usar o aplicativo; e mais publicidade sobre como funciona o sistema.
O vice-presidente da Associação dos Motoboys, Eliaquim Evangelista, enfatizou que a implantação do novo sistema está prejudicando a categoria. “Hoje, o trabalhador de aplicativo não tem como trabalhar sem pagar Zona Azul. Isso está prejudicando demais nossa categoria. Vamos resgatar que, no passado, fomos chamados de heróis. Não temos como trabalhar dessa maneira. A carência de 40 minutos é o ideal para coletar sem ter nenhum problema”, declarou, referindo-se ao período da pandemia de Covid-19.
O representante dos motoboys Luan Vieira e o motoboy Alexsandro solicitaram tolerância para poderem abastecer e entregar suas encomendas. O representante dos motociclistas por aplicativo, João Rodrigues, reforçou as palavras dos colegas e relatou que teve que pagar a taxa da Zona Azul ao precisar usar o banheiro, em um restaurante da cidade. “Precisamos de tolerância para podermos continuar a trabalhar com dignidade”, suplicou.
O presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça da Paraíba (Sindojus-PB), Joselito Bandeira Vicente, revelou que a categoria precisa trabalhar com seus veículos particulares e, por isso, precisa despender os valores da Zona Azul. “Estamos cumprindo a missão do Estado. Não temos viaturas públicas e precisamos trabalhar em nossos carros particulares. Temos que pagar para trabalhar. Gostaria de usar esse espaço para sugerir um encaminhamento a essa comissão. Temos um parecer do Tribunal de Contas que levantou uma série de questionamentos a respeito desse contrato. Então, sugiro que esta Casa, esta Comissão, encaminhe ao Ministério Público esse parecer, pedindo uma ação civil pública para suspender os efeitos deste contrato até que haja uma solução de consenso”, sugeriu.
O presidente da Associação de Taxistas Amigos Cristãos da Paraíba, Flaviano Oliveira, pediu o retorno da isenção para os taxistas: “Temos uma lei, desde 2005, que dá isenção ao taxista, quando chega na Zona Azul com um passageiro. Há 20 anos temos esse direito. Ficamos surpresos quando, de repente, vários colegas taxistas foram abordados por agentes da Zona Azul, alegando que não há esse direito. Fomos ao superintendente da Semob, debatemos o assunto, oficializamos através de documento e estamos no aguardo”.
Representando os funcionários da Cagepa, Ricardo Venâncio relatou as dificuldades que têm enfrentado: “Estamos localizados na Rua Diogo Velho e, na área que circunda, não tem comércio. Estamos tendo uma dificuldade grande agora, porque os funcionários que viajam e deixam os seus carros estacionados estão sendo penalizados com a Zona Azul. Eu me solidarizo com todos, e respeito. Peço que nossa situação possa ser analisada”.
A comerciante Gerlane Fabrício expôs sua experiência: “Estamos sofrendo demais com a implantação da Zona Azul. O Centro está morto, está sendo degolado. O comércio do Centro está morrendo. Essa implantação foi um tiro no pé. Estou fazendo uma venda por dia. Procurem saber o que está acontecendo com cada comerciante”. Ela ainda pediu mais segurança na região: “Peço segurança também, porque implementaram a Zona Azul dizendo que haveria mais segurança e não adiantou. Viabilizem todo o sistema antes de implantar”.
Alana, também comerciante, questionou: “Disseram que a Zona Azul seria para fortalecer o comércio, mas não é o que vemos, as ruas estão cada vez mais vazias. Eu queria ver um lojista que concordou com isso. É triste abrir a loja de manhã e fechar à tarde sem conseguir fazer uma venda. Peço para extinguir a Zona Azul, porque não favoreceu ninguém”.
O lojista Tulio Ricardo Claudino Bezerra sugeriu mais divulgação do sistema e mais monitores orientando os usuários. “Nem todo mundo é acostumado com o toten”, declarou. Ele defendeu ainda a gratuidade de, pelo menos, 15 minutos. “Não é tolerância, é gratuidade de 15 minutos”, enfatizou, salientando que as multas já aplicadas deveriam ser retiradas ou reduzidas.
A presidente da CPP, vereadora Jailma Carvalho (PSB), destacou que vai marcar visitas ao Ministério Público do Estado (MPE) e ao Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB). Ela enfatizou que o debate da Zona Azul não é político. “É um debate da cidade. Vamos construir isso com diálogo e respeito”, ressaltou.
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