Assim como nesta segunda-feira (9), a emissora já promoveu alterações inesperadas
O SBT passa a contar com uma nova programação a partir desta segunda-feira (9), com a estreia de José Luiz Datena no Tá na Hora (16h45/19h45) e a volta dos seriados Chaves (12h45/13h30 e 20h45/21h10) e Chapolin (22h/22h20) à grade diária.
Além disso, em substituição ao Chega Mais e Chega Mais Notícias, que foram cancelados, o Primeiro Impacto será exibido das 7h30 às 12h45 – das 7h30 às 11h com Marcão do Povo e das 11h às 12h45 com Márcia Dantas.
Quanto às novelas, Carinha de Anjo (13h30), Quando me Apaixono (14h15) e Meu Caminho é Te Amar (15h) serão transmitidas em sequência, enquanto que A Caverna Encantada às 21h10. Já As Aventuras de Poliana deixa de ir ao ar. Essas mudanças abruptas, feitas literalmente da noite para o dia, costumam pegar artistas, telespectadores e a imprensa desprevenidos – a grade de programação desta semana sequer foi disponibilizada. A prática, caso alguém não se recorde, é muito comum e faz parte do DNA do SBT, seja com o fundador, Silvio Santos (1930-2024), seja com a sua nova presidente, Daniela Beyruti.
Confira: 1
Programa do Ratinho classudo Em meados de 2005, após fazer sucesso e tirar o sono da Globo e da equipe do Jornal Nacional com barracos, casos sobrenaturais, humor e testes de DNA durante 7 anos, Carlos Massa, o Ratinho, teve o Programa do Ratinho transferido para o fim de tarde, por volta das 17h45. Além da troca, a atração mudou completamente de formato, deixando as bizarrices de lado para se tornar mais sério e classudo. Não deu certo, e o Programa do Ratinho logo logo voltou para o horário das 21h, até ser cancelado em definitivo – a versão atual estreou em 2009.
Com a audiência aquém do esperado, o apresentador passou uma temporada de quase três anos na geladeira, com breves interrupções para comandar o Jornal da Massa e o Você é o Jurado, ambos com resultados decepcionantes.
2) Hebe Camargo por aí
Rainha da TV brasileira, Hebe Camargo (1929) não passou imune às mudanças na programação do SBT. Depois de uma experiência relâmpago no final dos anos 1990 aos domingos, a loira foi transferida para os sábados, em janeiro de 2006.
A ideia era “ajudar” o Charme, de Adriane Galisteu, a performar melhor na audiência, uma vez que a atração já tinha perambulado por vários horários durante as tardes. A troca, claro, chateou Hebe, que para completar ainda deixou de comandar o seu o seu programa ao vivo e passou a fazê-lo gravado.
A troca, para a felicidade de Camargo, durou menos de um mês, e logo ela voltou para as noites de segunda-feira, às 22h30. Em 2008, porém, outro susto: após reclamar do horário tardio – mais de meia-noite – em razão da exibição da reprise de Pantanal (1990), o Programa Hebe foi encurtado e transferido para a faixa das 20h, com a clássica campanha “a Hebe reclamou e o SBT mudou”.
3) Charme, pijama e pantufas
Adriane Galisteu comeu o pão que o Diabo amassou durante os 4 anos em que foi contratada do SBT. Em março de 2007, Silvio Santos causou ao transformar o Charme, então um programa vespertino, em uma atração da madrugada.
Na época, a alteração – a décima terceira – foi considerada como uma punição à apresentadora, que dia sim, outro também se queixava do patrão nos bastidores e na imprensa em razão das inúmeras mudanças no formato e no horário do Charme.
Quando o programa passou a ser exibido à meia-noite e meia, com apenas 30 minutos de duração, a famosa não se dobrou e provocou Silvio ao apresentar o formato de pijama e pantufas. O episódio, considerado por muitos um dos mais clássicos da história da TV brasileira, rendeu um novo puxão de orelha do patrão na funcionária.
4) Viva a Noite… ou a Tarde
Clássico comandado por Gugu Liberato (1959-2019), o Viva a Noite foi ressuscitado pelo SBT em março de 2007, com apresentação da cantora Gilmelândia e reportagens de Supla e Bruno Chateaubriand. A ideia era bater de frente com o Zorra Total, da Globo.
Em agosto, em razão dos baixos índices de audiência, Silvio Santos ordenou a transferência do programa para a faixa das 17h30. Sim, Viva a Noite com sol e tudo. De início, a atração até reagiu e melhorou a sua performance, mas não rolou.
Antes do Natal, após apenas 9 meses, a direção do SBT anunciou o cancelamento do Viva a Noite e desistiu de tentar reverter o fracasso do projeto, visto na época como defasado por manter elementos da primeira versão, exibida pela última vez 15 anos antes.
5) Domingo – quase – Legal
Gugu Liberato irritou Silvio Santos e a família Abravanel profundamente ao aceitar, em 2009, um convite para trocar o SBT pela Record, o que deflagrou uma das mais conhecidas danças das cadeiras entre talentos da televisão – o Homem do Baú contra-atacou e contratou Eliana, Roberto Justus, Roberto Cabrini, Richard Rasmussen e o autor Tiago Santiago.
Como punição, Silvio não pensou duas vezes e transferiu o Domingo Legal, então carro-chefe dos domingos, das 18h para o meio-dia. A partir das 17h, o canal passou a apostar no Programa Silvio Santos, que tinha retornado à programação um ano antes na faixa das 14h – o Programa Eliana só veio estrear dois meses depois, em agosto. Em nota, a assessoria do SBT negou na época que a troca tenha sido uma retaliação ao apresentador por ter assinado contrato com a Record nove meses antes do fim do compromisso firmado com o SBT. De acordo com o comunicado, “a alteração foi motivada exclusivamente por critérios de planejamento e estratégia de programação, uma vez que o contrato com o apresentador prevê flexibilidade no horário da atração”.