mar 01, 2016 Destaque, Educação, João Pessoa 1364
O professor Derval Golzio, do Departamento de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba, pediu demissão nesta segunda-feira (29) da assessoria da reitora Margareth Diniz. Golzio entregou carta de demissão criticando a gestora por “práticas não recomendáveis” e “descumprimento de compromissos” assumidos na campanha. Derval critica a política de comunicação da instituição e o abandono da […]
O professor Derval Golzio, do Departamento de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba, pediu demissão nesta segunda-feira (29) da assessoria da reitora Margareth Diniz.
Golzio entregou carta de demissão criticando a gestora por “práticas não recomendáveis” e “descumprimento de compromissos” assumidos na campanha.
Derval critica a política de comunicação da instituição e o abandono da TV UFPB. A gota d’água do rompimento, diz o professor, foi a manobra da reitoria no Consuni, em que a eleição foi antecipada e os 800 servidores terceirizados do Hospital Universitário inseridos no universo de votantes.
Confira a carta:
João Pessoa, 25 de fevereiro de 2016
Magnífica Reitora Professoa Dra. Margareth Diniz Quero iniciar agradecendo a oportunidade de vivenciar a participação na administração, como assessor do Gabinete da Reitora. Acredito, e não poderia ser diferente para qualquer integrante do quadro docente da Instituição, haver aprendido muito nestes três últimos anos.
E é justamente com base neste aprendizado que solicito minha exoneração, em caráter irrevogável. As razões para minha solicitação possuem natureza diversa, mas testemunhar o abandono e a não efetivação de todos os pontos da Carta Programa (que ajudei a elaborar) referentes a Comunicação Institucional representou um esforço no limite do suportável durante os três anos como assessor. A angústia de presenciar os vários abandonos programáticos só era aliviada quando em três ou quatro ocasiões, Vossa Magnificência garantiu que iria mudar rumos e corrigir desacertos. No entanto, nenhuma das mudanças esboçadas foi efetivada.
Um dos pontos constantes da Carta Programa relegados pela então candidata a Reitora diz respeito ao funcionamento da TV Universitária. A ausência de gestão propiciou a continuidade de uma completa inexistência de programação efetiva, regular e contundente. Apesar de dispor de profissionais competentes na área de jornalismo (jornalistas e técnicos operadores), a TV Universitária continua não mostrando a que veio: reproduziu-se Muito Mais das práticas antes criticadas, em função da tentativa de cooptação de determinados setores à administração.
Outros tantos pontos programáticos foram abandonados. Mas não conseguir sequer as senhas oficiais do Facebook e Twitter da Instituição, nestes últimos anos, demonstra o quão frágil a administração se portou no quesito comunicação. Talvez, por esse motivo, a Reitora tenha, através de sua conta pessoal de Facebook, resolvido divulgar algumas ações da UFPB.
Há que lembrar ainda as dificuldades impostas por alguns auxiliares em repassar informações sobre assuntos relevantes à comunidade e à sociedade em geral. No decorrer do mandato administrativo, muitos fizeram pouco caso em repassar (ou repassar morosamente) as informações que a Reitora (não somente os integrantes da publicação eletrônica UFPB em Revista) acreditava serem de interesse público.
No entanto, a aprovação da inclusão dos funcionários da Ebserh na lista de votantes para a consulta do próximo reitor e a antecipação do pleito esgotou toda a minha crença de que ainda era possível fazer Mais pela Instituição, diferente do que tínhamos na gestão anterior.
Neste caso em específico, a administração foi Mais e além, efetivamente, das práticas pouco recomendáveis. Disse e volto a repetir que a ação em prol da inclusão dos cerca de 800 votantes oriundos da Ebserh sinaliza uma imagem desgastada no setor da saúde, sobretudo no Hospital Universitário. A ironia é ainda maior quando observamos que não há qualquer preocupação para a escolha dos dirigentes do próprio HU com a participação dos funcionários da Ebserh.
Como assessor que se despede, acredito que o desgaste enfrentado pela Administração não deveria ser mascarados com sobressaltos eleitorais (voto dos funcionários da Ebserh) de afogadilho. Para tanto bastava corrigir o rumo e ter implementado as mudanças que a senhora fez acreditar que faria, mas que hesitou e não fez.
Acredito e luto por Universidade sem sobressaltos. Derval Gomes Golzio
Fonte: MaisPB