jul 14, 2018 Destaque, Economia, Esportes, Mundo 1804
Estimativa é de que uma viagem ao país durante o próximo Mundial custe em torno de R$ 15 mil, em uma projeção que inclui ingressos e dinheiro extra para compras e passeios
A Copa da Rússia ainda nem terminou e você já está com saudade? Que tal se programar para assistir presencialmente ao próximo Mundial e conhecer uma cultura totalmente diferente? Surpreende-se quem pensa que é inviável para o bolso viajar até os países-sede e assistir, a poucos metros do campo, aos melhores jogadores buscando o título mais importante do esporte mundial. A próxima Copa do Mundo, em 2022, no Catar, trará uma nova chance para quem assistiu pela TV aos jogos na Rússia.
— O Catar não é um destino caro para os padrões do turismo internacional e, como há boa oferta de voos partindo do Brasil com escalas na Europa, dá para pesquisar bem as passagens aéreas — explica João Augusto Machado, presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem no Rio Grande do Sul (Abav-RS).
Fosse viajar hoje ao pequeno país do Oriente Médio, o turista encontraria voos de ida e volta por cerca de US$ 1,2 mil (pouco mais de R$ 4,6 mil considerando a cotação do dólar a R$ 3,90), valor próximo ao de passagens para locais mais badalados, como Nova York (EUA) ou Paris (França). A diária em hotéis três estrelas, com wi-fi e boa localização, fica em torno de R$ 350 em quarto duplo com café da manhã.
A burocracia é relativamente amigável ao turista, pois, segundo Machado, não é necessário obter visto ou qualquer permissão especial para entrar no país — apenas passaporte. Dólar e euro são bem aceitos no comércio e nos restaurantes, ainda que a preferência seja sempre pelo Rial Catarense (cada rial vale R$ 1,05).
Embora seja cedo para saber quais cidades receberão cada seleção — as equipes nem sequer estão definidas —, o que se pode assegurar é que os trajetos até os estádios serão curtos e poderão ser feitos em um mesmo dia e por via terrestre, sem necessidade de trocar de hotel, por exemplo. Isso porque o território do Catar é um pouco maior do que o da Região Metropolitana de Porto Alegre, o que é um alívio no orçamento.
— Considerando o custo de refeições e deslocamentos, o turista costuma gastar entre US$ 60 e US$ 100 (R$ 250 e R$ 400) por dia no Catar. Esse valor aumenta quando se incluem passeios mais caros, como andar de 4×4 no deserto — explica Danilo Kehl Martins, presidente do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado do Rio Grande do Sul (Sindetur).
Via de regra, torcedores estrangeiros permanecem cerca de 10 dias nos países-sede da Copa do Mundo. Em uma nação como o Catar, sem grandes distâncias a percorrer e com as atrações mais concentradas na capital Doha, guias turísticos avaliam que é mais do que suficiente permanecer por este período, assistindo a três ou quatro partidas.
— Se alguém pensa em passar no Catar a Copa inteira, já vem em mente uma fortuna. Mas, ficando de sete a 10 dias, o custo cai drasticamente — lembra Martins.
E agora, os números: a estimativa é que uma viagem ao Catar durante a Copa custe em torno de R$ 15 mil, em uma projeção que inclui ingressos e dinheiro extra para compras e passeios. Como ainda faltam 52 meses, este valor dividido fica bem mais simpático: quem guardar na poupança R$ 260 por mês garante uma viagem confortável para a Copa de 2022. Mas há projeções de um valor ainda menor:
— Quem optar por algumas aplicações de renda fixa que paguem um juro maior pode até guardar menos, a partir de R$ 250 por mês — calcula o educador financeiro Adriano Severo. — Às vezes, esse dinheiro é o que se gasta em TV por assinatura ou duas ou três saídas para jantar em um mês. Quem conseguir cortar essas “gordurinhas” no orçamento terá mais chance de garantir sua passagem para a próxima Copa — afirma.
* Conversões feitas com dólar a R$ 3,90
Museu de Arte Islâmica (Doha): projetado em uma ilha artificial por Ieoh Ming Pei, arquiteto chinês responsável pela pirâmide do Louvre, em Paris, é considerado o principal museu da arte islâmica do mundo, com peças e artefatos de diferentes países. A entrada para o acervo permanente é gratuita.
Grande Mesquita (Doha): é a maior mesquita do Catar, com um misto de arquitetura árabe tradicional e moderna. Impressiona pelas dimensões gigantescas e pode receber, simultaneamente, até 11 mil fiéis.
Villagio Mall (Doha): shopping cujo interior replica um cenário de Veneza, na Itália, com canais, pontes e arquitetura medieval italiana. O visitante pode, inclusive, dar um passeio de gôndola entre as lojas de grife por R$ 21 por pessoa.
Souq Waqif (Doha): um dos principais mercados da capital. Modernizado, fica no local onde antes estava instalado um tradicional “souq” (mercado aberto), e manteve suas características arquitetônicas originais. Tem restaurantes e lojas de artesanato, especiarias e joias.
Desertos: o Catar tem grande quantidade de desertos, os quais turistas e moradores percorrem com seus jipes 4×4. O passeio custa cerca de R$ 250 por pessoa. Mesaieed é a região desértica preferida dos aventureiros em razão das grandes dunas em constante movimento.
The Pearl (Doha): A Pérola é uma ilha artificial na costa da capital, um impressionante feito da engenharia que avança adentro do Golfo Pérsico. O centro de luxo tem marina, torres residenciais, hotéis de renome internacional, cafés e restaurantes cinco estrelas.
Al Zubarah (a 105 km de Doha): considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, este sítio arqueológico ocupa 60 hectares e mostra como viviam os povos locais nos séculos 18 e 19. O passeio passa por ruínas muito bem conservadas e inclui o Forte Al Zubarah.
Al Jassasiya (a 88 quilômetros de Doha): região com quase 900 inscrições cravadas em pedra, sendo a mais antiga datada do Período Neolítico, há mais de 5 mil anos. Elas foram descobertas em 1957 e consistem em várias formas e estilos.