Na última terça-feira, 15 de dezembro, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão na residência oficiale no escritório do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Barra da Tijuca e no centro do Rio de Janeiro. Com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), a PF buscou elementos para avançar nas investigações de corrupção, lavagem de dinheiro e recebimento de suborno pela intermediação de contratos superfaturados, crimes dos quais o peemedebista é suspeito.
Os agentes da PF acharam, conforme a Procuradoria-Geral da República (PGR), documentos que comprovam que Cunha tem contas no Exterior — fato sempre negado por ele —, que evidenciam uma relação próxima com a ex-deputada Solange Almeia (que teria sido usada por ele para retaliações contra parlamentares) e cópias de boletins de ocorrência contra o deputado Fausto Ruy Pinato (ex-relator do Conselho de Ética da Câmara, que era favorável à cassação de Cunha). Um dia após as buscas, o parlamentar disse estar sendo vítima de um “fato político” por ter aceitado o pedido de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff.
Os policiais foram autorizados a acessar dados de computadores, smartphones, celulares em geral, tablets e outros dispositivos eletrônicos e a apreender aparelhos eletrônicos, anotações, registros contábeis e comunicações realizadas entre os investigados. Zero Hora teve acesso aos detalhes preliminares das buscas na residência de Cunha e em imóveis relacionados a ele. Os comentários sobre as apreensões são do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.