maio 14, 2015 Destaque, Política 1541
O diretório estadual do PT de São Paulo vai entrar na Justiça Eleitoral para reivindicar o mandato da senadora Marta Suplicy. A decisão foi aprovada por unanimidade em reunião no diretório na segunda-feira. O PT também vai pedir na ação judicial que o ex-deputado Paulo Frateschi, segundo suplente de Marta, assuma o posto, já que […]
O diretório estadual do PT de São Paulo vai entrar na Justiça Eleitoral para reivindicar o mandato da senadora Marta Suplicy. A decisão foi aprovada por unanimidade em reunião no diretório na segunda-feira.
O PT também vai pedir na ação judicial que o ex-deputado Paulo Frateschi, segundo suplente de Marta, assuma o posto, já que o primeiro é o atual vereador de São Paulo pelo PR, Antonio Carlos Rodrigues, ministro dos Transportes.
Para o partido, o mandato pertence ao PT e não à chapa que elegeu a senadora. Segundo dirigentes petistas, pesquisas jurídicas apontaram que há jurisprudência para esse entendimento.
Marta entregou a carta de desfiliação do partido no final de abril. Segundo o presidente do PT-SP, Emídio de Souza, desde novembro, quando a senadora começou a criticar publicamente a sigla, dirigentes tentam conversar com ela.
— Não houve diálogo porque ela não quis conversar. Tentamos diversas vezes — afirmou o presidente do PT-SP ao GLOBO.
Em nota, o partido afirma que a saída de Marta do PT foi “movida unicamente por interesses eleitorais e desmedido personalismo”. A sigla também nega ter cerceado as atividades partidárias ou parlamentares da senadora, conforme Marta alegou em sua carta.
— O aperfeiçoamento da nossa democracia passa pelo fortalecimento da fidelidade partidária e pelo respeito à vontade do eleitor. Os projetos pessoais e as conveniências do oportunismo eleitoral não podem se sobrepor aos projetos coletivos, que lhe dão abrigo, nem deformar a vontade do eleitor expressa nas urnas — diz a nota petista.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, estava receoso em requerer o mandato da senadora na Justiça porque a ação poderia gerar um desgaste ao partido. Além disso, havia dúvidas sobre a eficiência da medida judicial. A pressão feita por dirigentes paulistas e por militantes, no entanto, acabou vencendo o diretório nacional.
A senadora deve se filiar em junho ao PSB, do vice-governador de São Paulo, Márcio França, e disputar a prefeitura da capital paulista em 2016.
Na noite desta terça-feira, a senadora publicou uma nota em seu Facebook e afirmou que irá lutar pela manutenção do mandato:
“Lutarei, com todas as minhas forças, para a manutenção do mandato de senadora que o povo de São Paulo me conferiu. Foi para melhor desempenhá-lo, e em nome de seu pleno exercício, que solicitei minha desfiliação ao Partido dos Trabalhadores. Minha luta se dará em todas as instâncias judiciais e fora delas também. Tenho certeza que os mais de 8 milhões de eleitores que manifestaram sua vontade, e me honraram com seus votos, não serão frustrados em sua vontade e soberania popular.Continuarei lutando pelos mesmos princípios que sempre nortearam minha vida, bem como minha atividade parlamentar oriunda da representação política de meu mandato”, escreveu.