Há dias venho me preocupando com os rumos de alguns debates. Esse “novo governo” que herdou todos os problemas causados por ele mesmo, revela uma ânsia de imprimir um novo ritmo e um padrão diferenciado aos gastos públicos. Sabe-se o quanto foram prejudiciais algumas atitudes e principalmente pela máxima que bradam os adeptos de Maquiavel, de que, faça inicialmente todas as atitudes ruins. Porém como ele herdou, ou na verdade, vem colhendo o que plantou, essa dita lua de mel acabou após a eleição das mesas diretoras para o Senado e Câmara Federal.
Dessa forma, acredito que é pouco produtiva a busca de culpados, ou mesmo o papel “apenas” de acusador, de parte da oposição. Nesse vácuo de ações concretas e debates acerca de atitudes que possam vir a destravar as amarras da crise que atravessamos, os governadores do Nordeste caminham para o segundo encontro convocado pelo governador Ricardo Coutinho. Vale lembrar que o governador paraibano, como é amplamente divulgado, quer ocupar o protagonismo e o espaço de um discurso de centro-esquerda, vago desde a morte prematura de Eduardo Campos. Esse encontro agendado para o mês de março em Natal-RN, deve avaliar os rumos das reuniões que vem ocorrendo e, particularmente, uma que se pretende ter com a Presidente Dilma.
Numa reunião com o secretário da Casa Civil da Presidência, Marco Antônio, foram apresentados os pontos da Carta da Paraíba, documento escrito por ocasião do primeiro encontro, o qual tem detalhes específicos relacionados ao enfrentamento da seca prolongada, novas fontes de financiamento para saúde e apoio às ações de segurança.
No entanto, o que ainda me incomoda, é o fato de estarmos num ano ‘ímpar’, para se pensar no futuro. Nesse ano, será elaborado, discutido e aprovado o PPA – Plano Plurianual; instrumento importantíssimo de planejamento governamental e peça que ditará os rumos dos investimentos orçamentários para os próximos quatro anos.
Para que esse debate, agendado com os governadores para o próximo mês, ecoe e alcance os deputados do nordeste, precisa ressaltar alguns pontos especiais:
1. Uma agenda macro para o nordeste, que contemple a visão dos atores; sociedade civil, governos e representantes, visando uma união consistente. Essa ação mobilizaria os 27 senadores e os 151 deputados.
2. Uma agenda regional buscando semelhanças dos estados e projetos que sejam comuns e que possam ter uma rápida execução.