Do Jornal da Paraíba O deputado estadual Buba Germano (PSB) vai levantar uma discussão polêmica no retorno dos trabalhos da Assembleia Legislativa nesta terça-feira. A revogação da Lei que adota o Orçamento Impositivo no estado. A Lei foi promulgada no fim do ano passado pela AL, mesmo depois de vetada pelo governador. Na época, a oposição aprovou, o veto foi derrubado e a legislação seguiu para publicação. Segundo Buba, o debate sobre a revogação da Lei, que para ele é inconstitucional, antecede à análise das mais de 260 emendas de remanejamento vetadas por Ricardo Coutinho (PSB). O ex-presidente da Famup afirmou que não pode aceitar que o parlamento tire a autonomia do Executivo em gerir o dinheiro das receitas do estado. O curioso é que o governo já entrou com uma ação na Justiça contra o Orçamento Impositivo, mas, mesmo antes de qualquer decisão, já acena para o descumprimento dela quando veta as emendas que os deputados fizeram ao orçamento. Outro fato que deve chamar atenção na Assembleia será a forma que os governistas, que uma dia foram oposição ferranha, vão encarar a chuva de vetos que o governador fez cair. No mesmo período do ano passado Gervásio Maia (PMDB) e Anísio Maia (PT) protagonizaram debates calorosos e acusaram o atual aliado, Ricardo Coutinho, de exercer com crueldade o seu lado ditador ao vetar todos as emendas e projetos da oposição que, à época, tinha o peemedebista e o petista como representantes de maior expressão. As primeiras sessões também devem ter espaço para as discussões sobre a escolha dos líderes de partidos, bancadas e presidentes das comissões. No PSB, partido do governador, que tem o maior número de deputados, uma divisão sem separação parece estar se formando. Um grupo tem Jeová Campos, Estela Bezerra e Buba Germano de um lado. Do outro, Ricardo Barbosa, Hervázio Bezerra e Adriano Galdino. O primeiro grupo quer Buba como líder socialista. O segundo grupo aposta em Ricardo ou Hervázio. Já disse aqui e repito, o grupo é excelente, mas é muita estrela para pouco céu e se ninguém recuar, vai ficar difícil. O PT também entra no jogo dividido, com Anísio governista e Frei Anastácio mais para oposição. E ainda o PMDB com dois pra lá, dois pra cá. Trócolli Júnior, Raniery Paulino como oposição independente; Nabor e Gervásio Maia, governistas. A divisão tem provocado confusão nas contas para formação dos grupos partidários que devem assumir o comando das comissões. O cenário que se impõe acena para muito movimento e novidades. A primeira delas é evidente: um presidente, Adriano Galdino (PSB), do mesmo partido do governador, dizendo que será independente e autônomo, mas com a história política dessas situações e o histórico de posturas do governo RC apontando para outro caminho: o da imposição e submissão da Casa. Ao menos, esperamos debates e projetos frutíferos. Sejamos otimistas nesse cenário inicial.